Mais que uma dança, esta linguagem gestual está associada aos rituais femininos de fertilidade, relacionados aos ciclos da lua e ao período menstrual das mulheres, consideradas o elo de ligação do mistério sagrado da vida e da morte. Alguns autores citam a origem desta dança entre 8.000 e 5.000 antes de Cristo.
A dança do ventre acima de tudo, tinha um carácter religioso e ritualístico e embora actualmente se tenha perdido parte deste carácter, ainda permanece a essência, onde os movimentos estão ligados a uma série de símbolos como por exemplo o arquétipo da serpente.
No antigo Egipto a dança do ventre era praticada como forma de reverenciar os Deuses. Na Índia era praticada nos rituais tântricos.
As árabes praticavam como entretenimento dos Sultões e em rituais de casamento e fertilidade. A África legou aos movimentos da anca uma enorme possibilidade de ritmos, sintonizados com a pulsação que emana da terra.
Ainda assim, actuando onde estiver e recebendo a contribuição de várias culturas, o principal fio condutor da dança do ventre continua sendo a celebração da vida através do ventre, matriz do poder máximo da criação e microcosmo do corpo feminino maior, a Terra, nossa grande mãe, que nos alimenta e a partir da qual todos nós somos criados.
Dentre tantos, um dos principais movimentos da dança do ventre é o belíssimo movimento da serpente, que pelo desprendimento cíclico de sua pele, símbolizava morte e renascimento em algumas antigas culturas.